Pastor de igreja “proibida” de atuar no Quirguistão é torturado na prisão

  • 11/06/2025
Pastor de igreja “proibida” de atuar no Quirguistão é torturado na prisão
Pastor de igreja “proibida” de atuar no Quirguistão é torturado na prisão (Foto: Reprodução)

O pastor Pavel Schreider, de 65 anos, foi torturado na penitenciária onde está preso, no Quirguistão.

Segundo o Forum 18, organização que apoia cristãos perseguidos, o líder da Igreja Adventista do Sétimo Dia da Reforma Verdadeira e Livre foi detido em novembro de 2024, sob falsas acusações de “incitação ao ódio racial, étnico, nacional, religioso ou regional”.

Em uma carta enviado ao Centro Nacional para a Prevenção da Tortura no ano passado, Pavel denunciou que está sofrendo tortura há cinco meses.

“Recebi golpes na cabeça, no peito e chutes na coluna por trás de cinco agentes. Eles me bateram com um cano de ferro para me forçar a confessar crimes”, escreveu.

Em outra ocasião, Viktor Tsoy, membro da igreja do pastor, foi torturado com arma de choque por oficiais da Polícia Secreta do Comitê de Segurança Nacional (NSC).

A polícia tentou coagir Tsoy a escrever uma falsa declaração contra Pavel, mas ele se negou e ficou com vários ferimentos.

A denúncia do pastor não foi aceita no Centro Nacional para a Prevenção da Tortura. Siymyk Bolotov, investigador da polícia secreta do NSC, negou que o pastor Shreider e o Tsoy sofreram tortura durante as investigações.

Igreja perseguida

(Foto: Reprodução)
Pavel e sua esposa Nelya. (Foto: Vera Shreider/Forum 18).

Em 13 de novembro de 2024, o pastor Pavel foi detido em sua casa por policiais mascarados e armados. 

"Eles algemaram meu pai, empurraram a cabeça do meu pai para baixo como se ele fosse um criminoso perigoso. Eles não permitiram que meu pai falasse conosco. 'É um caso secreto', eles nos disseram e nos impediram de ligar para nosso advogado, tirando imediatamente todos os nossos telefones. Eles também não nos permitiram examinar seus documentos de identificação”, relatou a filha do pastor, Vera Shreider, ao Forum 18.

Os policiais ainda realizaram buscas na casa de Pavel e de outros membros de sua igreja, confiscando mais de 2.000 materiais cristãos, incluindo Bíblias e livros, além de computadores e celulares.

Falsas testemunhas

Conforme membros da igreja, que optaram por não se identificar, as autoridades fabricaram acusações contra o pastor, apresentando falsas testemunhas.

Pavel nega todas as acusações. “Não há uma única referência na acusação às pessoas com quem Pavel supostamente cometeu os crimes mencionados, nem nomes específicos. Também não há evidência concreta de ações ilegais cometidas por Schreider na mídia, na internet, em público ou de outra forma”, afirmou seu advogado, Akmat Alagushev, ao Forum 18. 

O julgamento de Pavel Shreider iniciou em 17 de abril, cinco meses após sua prisão. O cristão pode ser condenado injustamente a uma pena de 5 a 7 anos de detenção.

Em março deste ano, o Tribunal Distrital de Alamudun classificou a Igreja Adventista do Sétimo Dia Verdadeira e Livre como uma organização religiosa "extremista" e proibiu sua atividade em todo o país.

“Desde 2022 estavam pensando em fechar nossa igreja e buscando desculpas", contou um membro da igreja.

Os cristãos no Quirguistão são perseguidos por sua fé pelo governo e por comunidades islâmicas. O país ocupa a 47ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.

FONTE: http://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/pastor-de-igreja-proibida-de-atuar-no-quirguistao-e-torturado-na-prisao.html


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